terça-feira, 27 de abril de 2010

Kerb no Centro II

Carlinhos comenta sobre as manifestações do projeto da permanência do Kerb no Centro
Com o encaminhamento do projeto de lei nº 28/2010, que dispõe sobre o Festival do Kerb como o Patrimônio Histórico e Cultural do Município e sua permanência do local de origem, ou seja, no Centro da cidade, foi provocada uma nova polêmica envolvendo os Poderes Legislativo e Executivo: o Executivo atendendo a vontade das “entidades” organizadoras do evento; o Legislativo defendendo os interesses da comunidade, que na verdade, é o maior motivo da festividade. Pautarei em cinco tópicos os principais motivos da apresentação deste projeto, todavia, respeito a posição divergente da minha, porque democracia não é unanimidade. A primeira significa a vontade da maioria, e a segunda alguém já disse anteriormente, que é burrice.

1- Poder econômico
O poder econômico conta muito nesta hora. Como é a maior festa popular da cidade, o Kerb é esperado por muitas famílias para um momento de descontração e encontro com os pilares da história de nossa colonização. O custo é acessível se levado em conta uma família com quatro pessoas (pai, mãe e dois filhos), participando do Kerb, nos moldes atuais. Sendo ele instituído em um “centro de eventos”, como deseja a atual administração, teria algum custo para o cidadão? Será que esta mesma família teria condições de participar desta festa? O Kerb perderia sua matiz histórica? Continuaria sendo uma festa popular? Quem sairia ganhando com isso?

2- No quesito segurança
Cabe destacar, que sendo em local fechado ou não, a responsabilidade do evento é do poder público, neste caso da prefeitura. A segurança é um elemento essencial para qualquer evento, principalmente, para um evento de grande público. Existem meios de proporcionar uma festa segura; basta sua organização planejar as devidas ações. Então, por este quesito, cai o argumento de fazer o Kerb fora da sua origem.

3- Falta de estrutura
No que tange a falta de estrutura, nem se fala, uma vez que no local pretendido para a realização do “centro de eventos” não há o mínimo de condições de entrar com um carro; levaria um bom tempo para alcançar esta condição. Precisamos observar que será necessário um amplo espaço de estacionamento, uma mega estrutura para absorver os segmentos da cultura alemã, como por exemplo: pavilhões, pistas de apresentações ao ar livre, espaço adequando para mais de um baile ao mesmo tempo, sem contar a falta de viabilidade para a instalação de praças de alimentação.

4- O prejuízo ao comércio
Além de todas as observações feitas, seria prudente, também, que se colocasse na balança o prejuízo do comércio local. Os bares, lanchonetes e restaurantes da região central perderiam um coeficiente fabuloso: menos dinheiro circulando, menos impostos arrecadados, menos visitantes para conhecer o que Estância Velha tem para oferecer ao que nos brindam com suas presenças. Essa ação desestimularia os empresários de apresentar o melhor do seu produto nesses dias de muita circulação de pessoas pela região central no Município.

5- Raízes históricas
Nosso Município tem sua cultura pautada na sua origem. A tradição do povo que desbravou esta terra poderá ser colocada na gaveta do esquecimento com ações que visam apagar sua história. Quantos homens e mulheres se empenharam para a construção daquela que anos depois seria a festa mais popular da cidade. Usamos um exemplo: o falecido Reinato Trein, ex prefeito de Estância Velha por duas gestões, foi o primeiro Rei do Kerb, e assim poderíamos destacar muitos outros que estão sentindo um possível abandono de uma obra criada estritamente para que nossa gente pudesse, pelo menos em alguns dias, esquecer das feridas de muitas batalhas no seu dia a dia.