Daniel Ribeiro escreve sobre mim
Cada
um com sua história e, histórico.
A sessão da Câmara de Vereadores de
terça-feira, dia 12, quando ocorreu a segunda votação do Projeto de Lei que
extingue os cargos de “assessor parlamentar”, criados em 2010, teve a
participação do primeiro suplente de vereador do PT, Luis Carlos Soares, o
Carlinhos Vira-Mato. Eleito
em 2000, pelo PTB, fez na verdade campanha para o, então candidato a prefeito,
Toco, do PT. Assim, tão
logo eleito migrou para o PT. Em 2004, elegeu-se 402 votos, entrando na ultima
das 11 vagas do que, então, era o quadro de vereadores do Legislativo. Em 2004, foi o quarto mais votado
entre os eleitos, com 867 votos. Em
2008, entrou com a sexta
maior votação entre os nove eleitos, mas com 578 votos. Já no ano passado, com 429 votos acabou na segunda
suplência do PT. Deve-se
dizer que foi o vereador mais produtivo em termos de apresentação de projetos,
muitos dos quais aprovados, transformados em lei, das ultimas legislaturas.
Embora com méritos de atuação
legislativa e sendo um vereador com boa articulação oral e bom conhecimento
para qualquer cargo no Executivo, nos dois mandatos do PT, nunca foi
aproveitado para tanto. Mas
isso, são outros 500. De fato, o PT de Estância Velha, à sombra da liderança do
ex-prefeito Toco, nunca conseguiu constituir-se em tendências que disputassem
espaço político-ideológico no interior do partido. Desta forma, qualquer grupo ou
individuo militante que se manifestasse de alguma forma critica no debate
interno, era escanteado ou deixado à sombra. O ex-vereador Carlinhos, fez alguma
tentativa de sair dessa situação, chegou a presidente do partido, o máximo de
poder interno que lhe concederam – mas nem isso abriu caminho para que se
posicionasse como um agente político dentro do espaço do Poder Executivo, nos
oito anos que o PT esteve a frente da prefeitura de Estância Velha.
O ex-vereador Carlinhos é um
legalista. Tudo que esta na
lei é permitido. Nesta
concepção, a lei estabelece que ao Poder Legislativo Municipal é possível
dispor ao seu interesse de 7% do valor estimado das receitas correntes do
município para cada exercício orçamentário (este ano, por exemplo, o orçamento
do Legislativo poderia prever despesas de até R$ 7 milhões). De posse desse montante, o Legislativo
pode fazer o que quiser havendo permissão legal como, por exemplo, criar cargos
de assessor parlamentar ou outros que a criatividade dos legisladores parir,
com a remuneração que também estes assim acharem que tais cargos
merecem. Podem,
inclusive, usar estes recursos para construir ou ampliar a Câmara de
Vereadores. Enfim, dentro
do espaço legal, com o dinheiro público os vereadores podem fazer o que
quiserem desde que não ultrapassem os 7% que a lei permite que disponham para
isso. Na lei pode-se tudo
que a lei permite. Não importa, no que ser refere a “Coisa Pública”, que isso
acabe parecendo anti-ético, imoral, até desonesto. Este é o argumento do
legalista.
Pois, o ex-vereador Carlinhos, é dos
mais incomodados com a ação do auto-denominado “Movimento pela Transparência Política
de Estância Velha”, que na verdade não passa de um grupo informal de não mais
do que meia dúzia de pessoas ativas. O
grupo se movimenta buscando divulgar informações, conhecimento para gerar
debate a cerca de temas que, via de regra, não chegam ao alcance da
população. A população
informada passa a manifestar sua opinião que, paradoxalmente, entra em conflito
com o interesse dos vereadores. É
esse o caso que, inclusive, foi a semente do surgimento do “Movimento”, em 2010. A criação dos cargos
de “assessor parlamentar”. Agora, nesse mandato, criou-se a oportunidade de
revogar aquela lei com a entrada no Legislativo de vereadores que, em campanha, haviam se
manifestado contrários a existência de tais cargos. O dito “Movimento pela Transparência”,em
si fajuto, na consideração do ex-vereador Carlinhos, encetou uma campanha que
apenas fez aos vereadores ouvir a opinião da população que queria a extinção
dos cargos. Grandeza demonstraram, desta vez, os novos eleitos e os reeleitos ao
votarem na direção do interesse da população.
Carlinhos, assumindo a
vaga da vereadora eleita Neila Mana Becker (PT), na segunda votação do referido
projeto, votou a favor do mesmo, porém, fez questão de dizer que o fazia em
respeito a titular que, na primeira votação votara a favor. Assegurou que a sua opinião era de
votar contrário ao projeto. E
teceu mais algumas considerações e indiretas as pessoas que capinearam o debate
defendendo o interesse da população pela
extinção dos cargos de assessor. Colocou,
como é seu direito, em dúvida até mesmo o caráter dos integrantes do Movimento.
Disse que no "Movimento" haviam, pessoas que passaram “a vida toda
trabalhando como assessor de cargos politicos”. Evidentemente, se alguém ainda não
conhece o meu histórico de vida, esclareço
que se referia a minha pessoa, posto que participo do tal “Movimento” e, isso é
público.
Assim,
para ajudar ao ex-vereador
Carlinhos que, diga-se, elegeu-se duas vezes com o meu voto e da minha familia
e, nesta ultima eleição, embora não reeleito, contou ainda com pelo menos dois
desses votos e teve, na minha casa, afixada placa publicizando a sua
candidatura, fiz um resumo do meu histórico profissional e político. A
tentativa do ex-vereador de espalhar cinzânia e dúvida sobre meu caráter e
minhas atitude politicas nestes ultimos embates, me entristece.
Devo dizer ainda que, diante das circunstâncias e acusações de que o vereador
foi alvo ao longo dos últimos anos, em nenhum momento, duvidei da sua inocência
e, continuo acreditando nela. Agora,
no âmbito de sua ação política, infelizmente, cheguei ao limite e devo dizer
que, na ultima eleição, errei ao votar nele, embora discordasse frontalmente de
todas as suas atitudes no transcorrer do mandato passado. Votei, e torno público isso, pela
condição de militante e filiado do PT que sou. Mas aqui também infelizmente, o meu
partido não se distancia muito, das concepções em relação ao trato destas
questões públicas, como esta dos “assessores”, do pensamento do próprio ex-vereador
Carlinhos Vira-Mato.
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